A garotinha acordava todos os dias para ir a escola, e sempre esquecia os seus livros, mas quem se importava?
Ela chegava na sala, ficava quieta em seu canto. E quem ligava?
Não falava, ninguém a interessava. E quem estava ligando?
A garotinha passeava pelo patio sozinha, queria se aproxima das pessoas, mas não conseguia, ninguém a via.
Ela chorava escandalosamente no patio, gritava e esperneava, sua expressão era singela e doce, e de tristeza profunda. Queria que alguém a visse, enxergasse como era. Mas ninguém a observava.
Voltava pra casa, e nem em casa a viam. Dormia, mas nem os sonhos a compreendia.
A garotinha se tornara mulher, todas a admiravam e a observavam. No patio ela não ficava mais só. Não chorava e nem esperneava, todas a viam. Ao chegar em casa, todos falavam. Os sonhos a compreendia. Mas e aquela garotinha? Ela ainda grita, apenas com o desejo de ser ouvida e reconhecida. Ela quer apenas que a note.. Que está lá 24 horas por dia. Que ela simplesmente existe.
Sandi
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