Olhei para ela, estava chorando,soluçando, onde parecia que iria explodir, não estava aguentando a tamanha pressão que a estavam colocando, ou onde ela mesmo se colocou. Não sabia o que falar para acalma-la, nunca sei o que dizer nesses momentos, apenas a abracei, onde ela chorou mais ainda. Meus olhos do nada também se encheram de lágrimas, esse líquido que vem me visitar todos os dias. Queria poder ter dito algo para que sorrisse naquele instante, então arrisquei. Ela sorriu verdadeiramente, não era forçado, não tinha mais forças para forçar nada. Fiquei feliz, ajudei uma amiga que tanto precisava de um apoio. Porém sabia que aquilo não acabaria ali, eu sentia que ela estava cansada, triste, completamente em seu limite, um limite na qual nem ela mesmo não imaginava que existia, um limite que era de certa forma inacabável. Olhei em seus olhos e vi nada menos que um espelho em minha frente. Após notar que aquela tal pessoa estava passando pela minha mesma situação...Eu chorei. Chorei porque sabia o que ela estava sentindo, o abraço que foi dado, gostaria de ter recebido algum, um ombro amigo, gostaria de ganhar. Foi então que cheguei a conclusão que todos esses dias, eu estava vendo a mim mesmo em um espelho humano, era uma pessoa de verdade,como seus olhos,nariz e boca, era uma amiga. Mas naquele momento, não foi uma amiga que eu vi, e sim, uma dor particular que tomou forma humana, um espelho com pés e braços. Estava lidando comigo mesma.
Sandi
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